Delicadeza e mistério acompanhavam um rosto exuberante e invulgar que me cativou desde a primeira imagem que guardei dele. Dei por mim rendida, porém contida, na sua beleza e diferença. Olhares que se cruzavam pela primeira vez, acompanhados pela genuinidade das palavras que ganhavam força e harmonia entre nós, como uma orquestra crescente de sons inolvidável. O "Sol Negro" já tinha partido e fiquei abrigada em ti, confortavelmente, ao encontro do desconhecido. Rapidamente me encontrei. Rapidamente nos encontramos. E partimos numa viagem aliciante, até ao meu partir definitivo. Acompanhaste-me até onde os nossos caminhos se separariam, temporariamente, com a promessa de que te procuraria pela tua poesia. Não te disse, mas levei-te comigo para o meu sono (desperto) e pensamento, e deixei-te tomar conta dele(s). Procurei-te pelas doces e negras palavras tuas, como prometido, e encontrei-te(me), (outra vez), a essência do teu eu. Foi a continuação da viagem. Não t
Vou no comboio, olho pela janela (antes de voltar à aventura que está a ser "Se Numa Noite de Inverno Um Viajante") e sou acompanhada pelo pôr-do-sol que intensifica a nostalgia que se havia instalado em mim, desde o momento em que subi o primeiro degrau da carruagem. Esqueço-me (ah! maldita nostalgia!) de colocar os auriculares nos ouvidos, aqueles que fazem a minha "viagem"... Erro crasso da minha parte... Ouço as pessoas... O suficiente para reparar que muitos de nós podíamos ser definidos como uma bela cambada de cabotinos. Oh, bela... Realmente, a estética é um tanto sobrevalorizada, ora esquece-se do conteúdo, esquece-se do verdadeiro, e esquece-se, sobretudo, da educação. Somos mesmo pobres de espírito, pobres de alma... Gostamos de nos mostrar os maiores da nossa aldeia (pena essa aldeia estar cingida ao espaço que ocupa o nosso tão querido vício da banalidade) e gostamos de nos mostrar, em primeiro, para os outros. Gostamos muito de multidões. Gostamos m